quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Pra ti, saudade.



Ô, saudade, bem que você poderia dar um tempo pra mim... sempre vem com esse seu jeito quieto, discreto, e de repente já tomou conta de tudo. Tá na hora que eu acordo, enquanto eu tento estudar ou na hora que vou dormir. Fica se insinuando, trazendo tudo que é lembrança boa a tona e me deixando aqui, com cara de tacho, vendo que você não para de crescer. Sabe o que é mais curioso? Não dá pra te matar.
A gente diz matar, mas nunca tem coragem. Afinal, você, no fim das contas, é lembrança de coisa boa. De risada alta, de conversa sem fim, de abraço apertado, de boas notícias, de beijo roubado. Saudade é entidade que confunde, difícil ser mais dúbia: tem dias que dá vontade de rir e tem dias que só causa lágrimas, pode dar um mau humor danado ou ser precursora de sorrisos quietos, silenciosos e conscientes do quanto foi bom poder viver tudo aquilo pra conseguir lembrar depois.

Saudade, tu é aquela marca que insiste em viver no coração, é o pensamento que esquenta noites frias e sozinhas. E pode ser tão inconveniente: aparece do nada, feito visita chata. Chega como quem quer dizer: "ué, mas já esqueceu? Não dá pra esquecer o que te faz feliz, lembra mais um pouco, vai..."
E vai se instalando...  fazendo morada. Traz escova de dentes, um livro pra passar o tempo e  pijamas. Quer ficar comigo toda hora e não desconfia. Desculpa, é que volta e meia você esquece que pode machucar tanto. Pode até parecer uma pedrinha no sapato, ué...
Mas meus sentimentos em relação a você são mistos, tá? Nossa relação é de amor e ódio. Não quero ser ingrata contigo, porque pensando bem, é bom que eu possa te sentir: quer dizer que já tive tantos momentos gostosos nesses 21 anos de vida. E eu até acredito que devemos colecionar momentos, não coisas.
 E eu acho que gosto tanto de ti porque você é parte de mim. Tá comigo desde a minha primeira inspiração e vai continuar por Deus sabe quanto tempo - até porque vou te carregar quando minha experiência nessa tal de Terra tiver fim. Sou feita de ti, no final das contas. Devo me aceitar, então te aceito, enfim. Até o "fim".
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